domingo, 22 de abril de 2012

Nem sempre partilharei algo sobre mim (apenas respostas às perguntas de rotina), mas você falará por nós, refletirá sobre alguns absurdos da vida e assegurará o lugar que te guardei e que faz de você personagem essencial na história que iniciamos há alguns (Poucos? Parecem mais...) anos. E temos algo de muito único: tanta intimidade vive do hábito de apenas arranharmos a superfície nas nossas conversas e de evitarmos os assuntos do coração. Quase sempre. Mas não desta vez. E a sua lucidez esbarra na minha resistência, nos olhos marejados, na cabeça que abana negando o que me diz. E sei que você tem razão. E que eu tenho razão. E que a vida nos colocou numa situação difícil de gerir. Fácil, penso eu (basta não pensar nela)
Nada mais existe e todas as minhas defesas monopolizam-se na proteção disso!
Assente e insiste e quase te detesto por ilustrar os últimos meses da minha vida. E recuso os elogios e todas as outras manifestações. Conheço-os todos e me são indiferentes. Perderam o sentido. O meu desejo é que me deixem em paz. Já não quero sentir nada... E na despedida penso se não poderemos regressar aos velhos hábitos em que você fala pelos dois e interpreta a vida para que eu possa simplesmente ouvir. E (não) vivê-la, à distância.
Mas sei que você tem razão...

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