sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Eu acredito em Deus. Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro. O Deus em que acredito não foi globalizado.O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém. É uma idéia, uma energia, uma eminência. Não tem rosto, portanto não tem barba. Não caminha, portanto não carrega um cajado. Não está cansado, portanto não tem trono.O Deus que me acompanha não é bíblico. Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova. O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos. Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras, e nossa penitência é a reflexão. Ave Maria, Pai Nosso, isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo. Para o Deus em que acredito só vale o que se está sentindo.O Deus em que acredito não condena o prazer. Se ele não tem controle sobre enchentes e violência, se não tem controle sobre traficantes, corruptos e vigaristas, se não tem controle sobre a miséria, o câncer e as mágoas, então que Deus seria ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: o lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e se desenvolve livre, se assim o permitirem? O Deus em que acredito não é tão bonzinho: me castiga e me deixa uns tempos sozinha. Não me abandona, mas me exige mais do que uma visita à igreja, uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros. A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e tudo se resolve.Este é o Deus que me acompanha. Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe-tudo e vê-tudo. Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: um abraço numa amiga, uma música na hora certa, um silêncio. É onipresente, mas não onipotente. Meu Deus é humilde. Não posso imaginar um Deus repressor e um Deus que não sorri. Quem não te sorri não é cúmplice."

9 comentários:

Guilherme Souza disse...

É... questões devem ser levantadas quanto a este assunto. E quem não faz isso vive numa "realidade" que na verdade não é real.

Unknown disse...

Como prometido o meu comentário: Texto maravilhoso, é o mesmo sentimento que eu tenho sobre Deus, escreve muito em garota! O endereço do meu blog é: opapelaceitatudotgo@blogspot.com.br, deixa um comentário lá por favor

Carolina Meireles disse...

Ei Tiago! Comentarei, com certeza! Quanto ao texto, este não é meu... Eu encontrei algumas versões dele atribuídas a diversos autores. E como tudo hoje em dia é do Arnaldo Jabor, do Veríssimo ou do Rubem Alves, acredito que ele seja da Martha Medeiros. Rsrs..

Unknown disse...

a bom, depois eu procuro aquele do galo pra zuar então hehe

Unknown disse...

a eh depois vc me passa o seu email já que vc não tem facebook

Carolina Meireles disse...

Precisa não... Kkkkk

Carolina Meireles disse...

carol_supernova@yahoo.com.br

Unknown disse...

6 meses sem posts, ta de greve? seus leitores estão insatisfeitos hahah :P

Guilherme Souza disse...

ACHEI O TEXTO TAO BOM Q JA IA COMENTÁ-LO NOVAMENTE!! HAHA